História, escravidão greco-romana, modos de produção

quarta-feira, 4 de março de 2015

Modos de produção.


O que é modo de produção? Modo de produção é a maneira pela qual os homens se organizam para obter os bens materiais necessários para sobreviver.

Conceitos básicos:
  • Forças produtivas: é o conjunto dos meios de produção com a força de trabalho; o trabalhador e a ferramenta.
  • Meios de produção: é o conjunto dos meios de trabalho e dos objetos de trabalho; é o trabalhador mais seu local de trabalho.
  • Relações sociais de produção: relação que se estabelece entre homens no processo produtivo, envolvendo os proprietários dos meios de produção de os trabalhadores; relação empregado x patrão.
Por exemplo, eu sou um montador de carros, então eu e as maquinas somos as forças produtivas, o meio de produção é a fábrica e a relação social de produção é a minha relação com o dono da fábrica.

  • Trabalho: é toda ação do homem sobre a natureza.
  • Classes: divisão da sociedade, o critério mais usado é o econômico.


Modo de produção primitivo 

  • Vai desde o inicio da sociedade humana até a invenção da escrita;
  • Os meios de produção e os frutos do trabalho eram de todos;
  • Não existia propriedade privada;

Modo de produção Asiático

  • Caracteriza os primeiros Estados surgidos na Ásia oriental, Índia, China, Egito, Incas e Maias;
  • Agricultura como base da economia com os camponeses presos a terra;
  • Pagamento de tributos e serviços ao Estado representado por um imperador, rei ou faraó;
  • Os reis ou imperadores eram considerados deuses na Terra;

Modo de produção Escravista

  • Os meios de produção e os escravos eram propriedades do senhor;
  • O escravo era considerado um instrumento;
  • As relações de produção eram de domínio e sujeição entre senhores e escravos;
  • Os senhores eram proprietários da força de trabalho, dos meios de produção e do produto de trabalho;

Modo de produção Feudal



  • A sociedade feudal era constituída pelos senhores x servos;
  • Os servos não eram escravos de seus senhores, pois não eram propriedades deles;
  • Para ter acesso à terra, o servo deveria pagar impostos ao senhor;
  • Tem suas origens na decadência do Império Romano;

Modo de produção Capitalista



  • O modo de produção capitalista é caracterizado pelas relações assalariadas de produção;
  • As relações de produção capitalistas se baseiam na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia e no trabalho assalariado
  • O capitalismo é movido por lucros, portanto temos duas classes sociais: a burguesia e os trabalhadores assalariados.

Modo de produção Socialista

  • A base econômica do socialismo são os meios de produção que são públicos ou coletivos, não existe empresas privadas;
  • A finalidade da sociedade socialista é a satisfação das necessidades básicas da população que são: emprego, habitação, educação, saúde e lazer;
  • Não há separação entre patrão e empregado;
  • Porém, mesmo nesta sociedade, há diferenças entre as pessoas que exercem função manual e pessoas que exercem função intelectual;




A visão histórica do trabalho

A ideia do trabalho sempre foi negativa. Na Bíblia por exemplo. Adão e Eva eram felizes até que foram expulsos do Éden e foram condenados ao trabalho. A origem da palavra trabalho vem do latim trpali, do substantivo tripalium, que era um aparelho de tortura. Dai a associação do trabalho com sofrimento, pena e tortura.

Tipos de escravidão
  • A escravidão patriarcal, características das sociedades comunais. Os escravos não eram objeto de um único senhor, ele pertencia à comunidade e representava uma força de trabalho auxiliar a ela.
  • Outro tipo de escravidão era a adotada quando esta ainda não funcionava como base da economia. Era bastante comum em sociedades que eram divididas em castas ou classes sociais. Os escravos, em sua maioria pertenciam ao Estado. Eles possuíam alguns direitos e não eram tidos como objeto.
Esses dois primeiros tipos de escravidão são considerados como estágio inferior.

  • Escravidão greco-romana;
  • Escravidão moderna.
Grécia

Na antiguidade grega, todo trabalho manual era desvalorizado. O motivo? Esses trabalhos eram feito por escravos, enquanto os trabalhos teóricos eram considerados dignos apenas do cidadão grego.

O escravo era visto como coisa, sem existência civil, a não ser quando cometiam um crime. Eram explorados exaustivamente e desempenhavam um papel essencial na produção social e econômica.

Porém, o que era necessário para que a procura por escravos aumentasse a ponto de formar uma sociedade escravocrata de verdade?
  • A concentração de propriedades privadas;
  • A urbanização; Com o proprietário fora de sua terra, seria necessário a adoção de mão de obra.
  • Insuficiência de mão de obra; Os gregos, não gostavam de trabalhar, então era necessário que alguém os substituíssem.
  • Desenvolvimento da produção mercantil; Seria necessário produzir mais do que para alto-subsistência, e para tal, era necessário mais escravos.
Na Grécia, uma pessoa tornava-se escravos de diversas maneiras. A mais comum era da captura em guerras. Em algumas cidades-estado também havia a escravidão por divida, se uma pessoa não pudesse pagar a divida a outra, essa pessoa se tornava escrava do credor por um tempo. Porém, com o passar dos anos, esse modo foi abolido. Os escravos eram a base da economia grega, eles faziam os trabalhos pesados como construções civis, minas, campos, etc.

Quando os persas tentaram invadir a Grécia, as cidades se uniram, deram uma certa quantidade de recursos para guerra e ganharam, só que houve sobras, e ao invés de devolver, Atenas foi acusada de ficar com as sobras o que gerou uma grande guerra entre as cidades que durou anos, fragilizadas e sem ter como se defender, foram conquistadas por Alexandre, o grande.

Roma

De pequena cidade-estado a capital do maior império já visto pelo homem. Seu sistema econômico tinha por características: 
  • Escravização como forma de trabalho; A sociedade era escravocrata.
  • Monetização como moeda de troca; Eles usavam moeda.
  • Comércio como atividade motora;
  • Cidade como unidade produtora; Porém não deixava de depender do campo
Roma nasceu as margens do rio Tibre, rio esse que ligava a parte norte com a parte sul da península. Até o seculo III a.C. a cidade era comercial com pequenas e médias propriedades agrícolas produtoras de trigo e criadoras de gado bovino. Em 367 a.C. foi proibida a a escravidão por divida, e a partir dai começam as guerras de conquistas, que tinham como principal objetivo aumentar a quantidade de áreas agricultáveis.

Com a conquista da Grécia, começou uma disputa com os cartagineses pelo controle do mediterrâneo que acabou culminando com as guerras púnicas, Roma ganhou e como resultado dominou o mediterrâneo, as ilhas, o norte da África e a península ibérica. Tempos depois, vieram a conquista da Macedônia, Ásia menor, Síria-palestina, Gália e Egito. Saques, indenizações, impostos regulares e exploração de jazidas minerais levaram enormes volumes de capitais a Roma, fazendo assim, surgir o sistema bancário público e privado.

Fortalecimento da economia monetária, junto com o maior espaço de área agriculturáveis, permitindo especialização produtiva regional, ou seja, cada região se especializa em alguma coisa, como consequência disso, não havia concorrência entre as regiões do império. Havia também os monopólios estatais, o que é isso? É o produto que apenas o Estado produz, no império, o Estado era responsável pela produção de sal, transportes, minas e etc. O governo passou também a ser o maior proprietário de terras dos vencidos. Tudo era explorado para o conforto do CIDADÃO romano.

IMPORTANTE: 

O escravismo dominante inibiu o progresso técnico, separando o trabalho manual de liberdade. Como assim? Isso fez por exemplo que não houvesse avanço tecnológico nas ferramentas agrícolas ou na mineração por exemplo, pois quem trabalhava nessas áreas eram os escravos e os senhores não se importavam se o escravo ia usar uma ferramenta ou a mão ele só queria resultados, e isso atrapalhou muito o desenvolvimento sócio-tecnológico.

No entanto começaram a surgir problemas para o império, os camponeses que viviam na área rural tinham que competir com os grandes senhores de terras que possuíam uma vasta quantidade de escravos, e essa competição era desleal, pois o camponês nunca ira conseguir ganhar e consequentemente, teria que abandonar a sua terra e ir para a cidade, causando assim um êxodo rural. Essas pessoas acabavam parando nas periferias das cidades onde viviam de esmolas ou sustentadas pelo Estado. Para sustentar essa população, o governo tinha que parar de investir em algum lugar para sustenta-los e isso acabou gerando uma crise, pois o Estado diminuiria o investimento em pontos estratégicos como o exercito e transportes para poder sustentar essa nova classe que surgia, essa politica é também conhecida como pão e circo.

Com menos pessoas trabalhando, haveria uma arrecadação de impostos menor, e grande parte desse imposto era usado para sustentar a camada pobre da população. Além disso, a circulação e produção de mercadorias estavam sendo afetadas por invasões barbaras, e ainda estava acontecendo uma guerra civil. 

A situação estava  inviável, a última guerra de conquista tinha sido em 43 d.C, ou seja o número de escravos estava baixo(crise no campo), o exercito não conseguia parar as invasões barbaras(crise tanto no campo tanto na cidade).

No século III havia uma gigantesca diferença entre exércitos romanos e bárbaros, entre despesas e arrecadações do império, entre homens livres escravos. No final deste mesmo século, a escravidão deixou de ser o modo de produção dominante pela incapacidade de repor escravos.

Para tentar reestruturar o império, o Estado passou a intervir em todos os aspectos da vida econômica e social. Alguns dos decretos: 

  • Artesões e comerciantes obrigados a servir o Estado gratuitamente;
  • Os camponeses não poderiam sair das terras que cultivavam; que depois virou uma das bases do feudalismo.
  • Impostos e remunerações era pagos e recebidos em espécie, ou seja, em dinheiro vivo;
  • Hereditariedade de funções profissionais; por exemplo, se eu fosse padeiro, meu filho e as próximas gerações teriam de ser padeiros, mas porque eles iriam querer mudar? Porque algumas profissões estavam dando prejuízo e ninguém faz algo que da prejuízo, então para assegurar que algumas profissões não desaparecem, o Estado fez esse decreto.
  • Preços de mais de mil artigos fixados pelo Estado; nessa época, a inflação era muito alta, por isso a necessidade de congelar preços.
Como resultado de todas essas mudanças: retração na economia, ou seja, ao invés de crescer como estavam esperando, ela diminuiu ainda mais.

Com todos esses decretos, começou um processo de ruralização do Império ocidental, pois os cidadães queriam fugir dos altos impostos, serviços pesados e gratuitos para o Estado e das constantes invasões barbaras. Os nobres logo fugiram para o campo, pois eles eram os mais exigidos a pagar impostos. Logo depois vem os pobres e em seguida os mendigos. O que ocorreu foi um verdadeiro êxodo urbano. Nesse momento o Império romano do ocidente cai, o do oriente onde a escravidão nunca foi absoluta, conseguiu sobreviver durando mais 1000 anos.
















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